A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) promoveu nesta semana uma reunião de trabalho entre as forças de segurança visando as boas práticas para diminuição dos índices de homicídio. O encontro foi no auditório da Cidade da Polícia, sede da Sesp, no bairro Batel em Curitiba.

Durante o encontro foi apresentado um quantitativo de 20 municípios que  possuem as maiores populações do estado. Além disso, o principal objetivo da reunião  foi a apresentação da redução no número de homicídios dolosos nessas regiões. De janeiro a agosto deste ano, o Estado registrou uma queda de 12,5% nos casos em comparação com o mesmo período do ano anterior. Durante os primeiros oito meses de 2023 foram registradas 1.189 ocorrências, 171 a menos do que em 2022. 

Para o secretário de Estado da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, a redução dos homicídios é resultado da integração das polícias do Paraná. 

“Toda a segurança pública está focada nessa questão. A Polícia Militar está cada vez mais presente em várias regiões do Estado com patrulhamento preventivo e ostensivo,a Polícia Civil tem intensificado as investigações e prendendo suspeitos, fatores que inibem a ocorrência de mais crimes, temos também a atuação da Polícia Científica, que elabora os laudos, o que auxilia na elucidação de diversos casos e por fim a Polícia Científica” , destacou. 

A escolha dos 20 municípios se deu também na quantidade de vítimas no ano de 2022, onde esses  municípios são aqueles que tiveram uma quantidade maior de homicídios dolosos em 2022 em todo o estado do Paraná. Nesta apuração foi excluída a capital do estado, sendo realizada uma análise à parte. Esses municípios representavam em 2022 mais de 42% do total de homicídios no estado.

Curitiba acompanhou a tendência de queda, com uma redução de 22,5%. Em números absolutos são 40 casos a menos. Nos primeiros oito meses deste ano foram 138 homicídios, contra 178 no mesmo período do ano anterior.

O chefe do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape), que é responsável pela análise e mapeamento criminal de cada ponto do Estado do Paraná, major Cláudio Todisco Silveira, explica que os dados têm papel importante na segurança pública, visando a redução da criminalidade.
 
“As estatísticas são extremamente importantes para que o gestor possa, dentro do seu processo de conhecimento, se embasar nesses dados para tomar iniciativas, seja ele da polícia militar, que vai fazer todo o planejamento operacional, ou da polícia civil, que vai se basear em locais que demandam maiores investigações. Então, todo esse conjunto de dados apresentados servem para que os gestores tomem as medidas adequadas para identificar locais, municípios ou situações específicas que demandam esse atendimento. Para tanto, a Secretaria disponibiliza ferramentas de gestão operacional como o BI e ferramentas GEO criminais que possibilitam essa análise mais detalhada”, explicou. 

No decorrer da reunião foram tratados estratégias integradas com o objetivo de reduzir cada vez mais esses números, além disso alguns representantes das forças fizeram uma breve apresentação do que vem sendo feito em cada município visando melhorar esses números. Além do combate aos homicídios, foram abordados temas como prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, prevenção e repressão aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes e a questão da segurança escolar.

“Do período em que nós estamos, em relação ao mesmo período do ano passado, nós temos a diminuição em mais de cem homicídios. Esse número é quase quarenta por cento de índice de diminuição em números absolutos de assassinatos na região metropolitana de Curitiba. São vários os fatores que ensejaram a diminuição dos homicídios na região metropolitana de Curitiba. As novas tecnologias empregadas, bem como o incremento significativo de servidores concursados da Polícia Civil. Isso trouxe uma força de trabalho mais abrangente e especializada na questão da elucidação desse tipo de criminalidade, que vem refletindo diretamente na diminuição dos níveis de homicídios”, contou o Delegado Fábio Amaro, responsável pela Divisão Metropolitana da Polícia Civil. 

O comandante do 1º Comando Regional do Paraná, coronel Hélio José Horning,  afirmou que a integração das polícias é fundamental para o êxito dos resultados. “Hoje foi apresentada uma redução de 12% nos casos de homicídios que demonstra o profissionalismo, dedicação e zelo das forças de segurança. Na capital, nós estamos realizando algumas operações rotineiras com o intuito de evitar diversos crimes e, como resultado, reduzir potenciais homicídios”,  destacou.

“A Polícia Científica do Paraná tem papel crucial na elucidação de crimes, através da emissão dos nossos laudos de perícia criminal. Quando um laudo de perícia criminal é emitido em tempo hábil, o criminoso não fica na rua e isso tem uma contribuição, mesmo que de forma indireta, com a redução de homicídios no estado. E isso tem sido um fator importante no controle da criminalidade” relatou a Chefe da Unidade de Execução Técnico-Científica do Tarumã, Patricia Doubas Cancelier.  

POLÍCIAS MAIS ATIVAS - A Polícia Civil tem alcançado elevadas taxas de esclarecimento de homicídios. Com medidas de gestão, a Polícia Militar tem aumentado a quantidade de policiais nas ruas, em patrulhamento. 
“A integração foi a arma principal para os números positivos que nós conseguimos alcançar, pois desde maio estamos focando nessa redução. Portanto, parabenizo todos os municípios pelos resultados expressivos e que cada vez mais esses números fiquem em redução”,  disse o subcomandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Paulo Henrique Semmer. 

“É um trabalho árduo e diário onde o foco do trabalho no dia a dia é a redução dos índices e a gente tem conseguido. Com sucesso, muito empenho e dedicação o índice de solução de casos melhorou muito”, ressaltou o delegado-geral adjunto Riad Braga Farhat. 

IPARDES - o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), firmou uma parceria com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) onde os servidores terão acesso à base de dados enviada pela Sesp mediante termo de sigilo e respeitando a vida privada das pessoas. As estatísticas criminais permitirão mapear e projetar ações para embasar políticas públicas governamentais de prevenção, redução e repressão da criminalidade.