A Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro - Unidade de Progressão (PIMP-UP), localizada em Cascavel, no oeste do Estado, foi a terceira que mais arrecadou com o trabalho prisional em janeiro de 2025, com  R$358,3 mil. Ela fica atrás somente da Penitenciária Estadual de Londrina II – Unidade de Progressão (PEL II-UP) e da Penitenciária Estadual de Guarapuava - Unidade de Progressão (PEG-UP).

Dos R$358,3 mil informados pela Divisão de Produção e Desenvolvimento da Polícia Penal do Paraná (PPPR), R$280,5 mil foram destinados ao pagamento de salários aos apenados inseridos em atividades de trabalho externas, enquanto R$77,8 mil foram recolhidos ao Fundo Penitenciário (FUPEN), que tem, entre outras funções, a responsabilidade de pagar salários para aqueles que trabalham dentro da unidade. No comparativo com janeiro do ano passado, quando foram arrecadados R$277 mil, é perceptível um crescimento de 29% nas arrecadações.  

Segundo a PPPR, a unidade também se destaca pela qualidade do tratamento penal oferecido, que prioriza as atividades laborais e educacionais para as pessoas privadas de liberdade (PPL).

Ao todo, a PIMP mantém convênios com 20 empresas públicas e privadas e conta com 403 apenados inseridos em atividades laborais. Dentre eles, 104 custodiados recebem salários, com 88 empregados em canteiros externos e 16 em canteiros internos. Já 213 que trabalham nos canteiros da unidade de forma assalariada em empresas conveniadas produzindo itens têxteis, papelaria e calçados de proteção individual. Outros 86 PPLs atuam para a própria penitenciária em áreas como faxina, artesanato, barbearia, costura, rouparia, lavanderia, panificação e biblioteca.

EDUCAÇÃO - Por meio do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebja), as PPLs têm a oportunidade de concluir os estudos no ensino fundamental e médio por meio do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Atualmente, 292 apenados estão matriculados no ensino regular.

Além disso, três custodiados cursam Ensino Superior na modalidade de Ensino a Distância (EAD), com cursos de administração, serviço social e pedagogia. As aulas noturnas permitem que os apenados trabalhem durante o dia e combinem a formação educacional com a ocupação profissional.

“A pessoa que hoje está inserida no sistema prisional, amanhã estará convivendo conosco na sociedade. Por isso, é fundamental que o tratamento penal seja eficaz, transformando sua mentalidade e proporcionando uma reintegração saudável. A educação no sistema prisional é essencial para aqueles que não tiveram acesso à escola ou interromperam seus estudos mais cedo”, afirmou o coordenador regional da PPPR em Cascavel, Thiago da Costa Correia.

“A Unidade de Progressão veio para dar um novo rumo para essas pessoas que estão em fase final de cumprimento de pena. São nessas unidades que se intensifica a disponibilização de educação e trabalho de forma a oportunizar uma saída do sistema prisional com melhores qualificações e oportunidades”, destacou o diretor da PIMP-UP, Álvaro Marcelo Alegrette.

Além da educação formal, a PIMP-UP oferece projetos de capacitação profissional. Nos primeiros meses de 2025, foram realizados cursos, como o Método CIS, que trabalha com a inteligência emocional, e curso de produção de hambúrguer artesanal, realizado em parceria com o Conselho da Comunidade. Além disso, foi promovida uma capacitação sobre Alzheimer em parceria com o Complexo Social de Cascavel.

Outros cursos de qualificação, feitos por meio da modalidade EAD, contemplaram 38 PPL em áreas como empreendedorismo e teologia, com parcerias com empresas como Fanduca, Instituto Mundo Melhor e Fatemi/Teologia Ministerial.

Além dos cursos, os apenados podem participar de ações sociais, na produção de camas e itens para animais de estimação, na confecção de naninhas, pelúcias com resíduos têxteis e bonecas e bonecos de fuxico que são destinadas a instituições que auxiliam animais abandonados e crianças em vulnerabilidade social.

A PIMP-UP é a segunda unidade com perfil industrial inaugurada no Brasil “Sem a dedicação e o profissionalismo de todos, nada disso seria possível. A atuação de policiais penais, técnicos administrativos e técnicos profissionais é fundamental para que os projetos possam ser executados com sucesso”, finalizou o diretor da PIMP-UP, Álvaro Marcelo Alegrette.