Operações em larga escala evidenciam maior presença da PM nas ruas do Paraná no primeiro semestre deste ano 04/09/2021 - 14:58

Reinventar é a capacidade de rever conceitos e se adequar a novas perspectivas e isso foi justamente o que ocorreu com a Polícia Militar no primeiro semestre deste ano. Após mais de um ano convivendo com a pandemia, a sociedade mudou e a PM acompanhou essa realidade para continuar com a missão de garantir a segurança e evitar crimes. Soma-se a isso o andamento dos processos de aperfeiçoamento do efetivo, a continuidade dos trâmites do concurso público para preenchimento de 2,4 mil novas vagas e a criação da Escala Extrajornada Voluntária.

 

É manhã de sexta-feira e a movimentação de pessoas ganha um contraste diferente com as luzes vermelhas dos veículos da Polícia Militar, que chegam pouco a pouco numa das praças mais movimentadas da Capital. A presença dos policiais militares chama a atenção dos idosos nos bancos e floreiras, e os apressados que estão se dirigindo ao trabalho não deixam de notar que algo está acontecendo pela presença das equipes policiais logo cedo.

 

Orientações são dadas às equipes, pontos importantes são citados para relembrar aos militares estaduais o foco do trabalho naquele dia. Assim que as primeiras viaturas saem do local e começam a formar o comboio com sirenes e luzes acionados, as pessoas percebem a seriedade do trabalho policial. Cenas como essa passaram a ser constantes em todo o Paraná no primeiro semestre graças a uma mudança no planejamento da Polícia Militar.

 

Ao longo dos meses foram feitas várias edições da operação Pronta Resposta, coordenada pelo Subcomando-Geral da PM, com o objetivo de reduzir crimes, principalmente homicídios, e reforçar as unidades de área com equipes especializadas em patrulhamento tático. Também houve as operações Tático Móvel, em Curitiba e Região Metropolitana, com reforço de patrulhamento com as equipes de Rondas Ostensivas com Aplicação de Motocicletas (ROCAM) e de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM).

 

Mas no primeiro semestre não foram só estas operações com data e hora previamente marcadas. Outras missões planejadas especificamente contra o crime organizado, para desmantelar estruturas que alimentavam o tráfico de drogas e coordenavam furtos, roubos e homicídios também foram executadas pela PM. A operação Iracema, por exemplo, ocorrida em maio, mirou um grupo que atuava há mais de 30 anos na região do Bairro Alto. Esta ação da PM resultou em 20 pessoas presas e mais de 15 quilos de drogas apreendidas na Capital e Região Metropolitana.

 

Já com a operação Delta, mais de 160 policiais militares foram aplicados para o cumprimento de 45 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em 12 municípios do Norte e Noroeste do estado. A ação foi desencadeada para desarticular grupos criminosos envolvidos em homicídios, tráfico de drogas, roubos em geral e roubos de carga. Duas armas de uso restrito (um fuzil de calibre 5,56 e uma pistola de calibre .380), balanças de precisão, rádios comunicadores, 26 celulares e dezenas de munições foram apreendidos, um golpe no crime.

 

FISCALIZAÇÃO – Desde o início da pandemia, a PM mobilizou operações de Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU), em conjunto com órgãos municipais e estaduais, e tem feito a verificação do cumprimento das medidas sanitárias. No auge de contágios e internamentos pela doença, a operação apertou o cerco aos estabelecimentos comerciais, que insistiam na clandestinidade e na formação de aglomerações de pessoas, sempre em consonância com os decretos estaduais e municipais. 

 

O balanço do primeiro semestre deste ano é de 479 pessoas encaminhadas e 576 pontos comerciais em situação irregular interditados. Ao todo, 27,6 mil pessoas foram dispersadas de aglomerações no primeiro semestre de 2021. Além disso, 928 pontos comerciais foram abordados, sendo constatadas irregularidades em 576 (62%). Os agentes municipais, que integram a AIFU, lavraram 2.266 autuações administrativas para pessoas físicas e pessoas jurídicas. As pessoas foram encaminhadas por diversos tipos de infrações relacionados ao combate à pandemia e também outros crimes, como uso e tráfico de drogas, desacato, desobediência e resistência e jogos de azar.

 

MUDANÇA – Administrar não é uma tarefa fácil para qualquer negócio, muito menos quando se trata de uma instituição pública com milhares de homens e mulheres trabalhando diuturnamente, atendendo chamados da população, evitando crimes e dando respostas aos cidadãos vítimas de algum tipo de violência. No caso da PM do Paraná, a administração mais enxuta passou a ser o pilar da gestão da Corporação no primeiro semestre de 2021, coordenada pelo Comandante-Geral da PM, coronel Hudson Leôncio Teixeira.

 

Na visão dele, o policial militar precisa estar mais próximo de sua atividade fim, que é o policiamento ostensivo, e as questões administrativas devem ser trabalhadas com mais responsabilidade e otimização de recursos, garantindo celeridade tanto no tempo de resposta de ocorrências quanto no andamento de trâmites internos financeiros, logísticos, planejamentos e gestão de pessoal. Neste sentido, dezenas de policiais foram retirados do serviço administrativo e colocados nas ruas para proteger o cidadão e ampliar o policiamento.

 

“Nesses seis meses foram mais de 80 toneladas de maconha apreendidas e quase 3 mil armas de fogo retiradas de circulação das ruas, sem falar das três mil ocorrências diárias que a PM atende. Isso demonstra a confiança e a credibilidade que o cidadão paranaense tem na instituição e se deve ao planejamento e mais policiais nas ruas”, afirmou o Comandante-Geral da PM, coronel Hudson Leôncio Teixeira.

 

CAPACITAÇÃO – Ao longo do semestre, a PM incentivou o efetivo a participar de cursos de aperfeiçoamento e de atualização profissional. Neste período de seis meses houve a capacitação de 192 sargentos de diversas unidades do estado que deixaram momentaneamente suas responsabilidades e trocaram os documentos e equipamentos operacionais pelo caderno, caneta e livros no Curso de Sargentos 2021, a fim de reforçarem os conhecimentos. A formatura ocorreu no início de agosto. “O aperfeiçoamento deve ser constante, pois a criminalidade também se atualiza constantemente e precisamos sempre estar um passo à frente para não deixar que a criminalidade se fortaleça”, explica o coronel Hudson.

 

Também houve o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO). Com uma carga horária de 360 horas, 60 capitães, sendo 51 do quadro da Polícia Militar, oito do Corpo de Bombeiros e um da Saúde, tiveram aulas no modo híbrido, com aulas online e também presenciais. O objetivo do curso  foi aprofundar os estudos das atividades de administração e segurança pública, visando capacitar oficiais intermediários ao desempenho e o exercício das atividades de planejamento, comando, coordenação, controle e direção da Corporação. A formatura também foi no início do segundo semestre.

 

AVANÇOS – Envolvida com as questões de proteção da mulher, a Polícia Militar integrou-se com o Tribunal de Justiça, com a Assembleia Legislativa, com a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) e com a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação (Celepar) para criar o Botão do Pânico Virtual, recurso inserido no aplicativo 190 PR para que mulheres que possuam medidas protetivas de urgência possam acionar a PM com mais facilidade e tenham uma resposta mais rápida. Neste semestre o Botão expandiu para diversas cidades do Litoral, Região Metropolitana e Interior e auxiliou mais de 200 mulheres até o mês de junho no Paraná.

 

Ao longo do primeiro semestre houve um esforço da Corporação para que os trâmites do concurso público para contratação de 2 mil novos soldados para a PM e 400 para o Corpo de Bombeiros  prosseguissem mesmo com as restrições da pandemia. O trabalho culminou na realização da Prova de Conhecimentos em julho e no andamento das demais etapas de seleção. Segundo o Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), 155.701 candidatos se inscreveram em 2019 para participar desta seleção.

 

Devido a necessidade de mais efetivo, principalmente no Interior do estado, o Governo do Estado, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar trabalharam juntos, nesse primeiro semestre, para regulamentar a lei da escala extrajornada voluntária, por meio da qual foi possível ampliar a presença da PM onde há mais necessidade. Cada policial militar pode fazer até quatro escalas extras por mês, cada uma de seis horas, ao custo de R$ 180,00 cada escala. Com a adesão gradativa, foi possível ampliar o policiamento nas cidades, inclusive onde não tinha.

 

Também houve trabalhos no sentido de melhorar a infraestrutura da PM. Em Francisco Beltrão, foi finalizada a obra de construção do 21º Batalhão de Polícia Militar (21º BPM), o que vai beneficiar o efetivo com espaços mais condizentes com a atividade policial militar e a comunidade com um local mas adequado para atendimento.

 

Outros temas em favor dos militares estaduais estão em andamento. Segundo o coronel Hudson, há um intenso trabalho para a aprovação do sistema de proteção social, por exemplo. “Não temos medido esforços para buscar melhorias aos nossos policiais. Temos avançado em estrutura e equipamentos, e agora também focamos em dar melhores condições de trabalho a esses homens e mulheres que vestem a farda cáqui e se dedicam pela sociedade”, afirmou.

 

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