Operação mira cartorário e ex-cartorários suspeitos de fraudes que podem ter causado prejuízos superiores a R$ 30 milhões 13/07/2021 - 19:50

A Polícia Civil do Paraná (PCPR), com apoio da Polícia Científica, deflagrou uma ação para apurar fraudes em cartórios cometidas por organização criminosa que agia nos Cartórios dos Serviços Distritais de Lindoeste e Santa Tereza do Oeste. Estima-se que o prejuízo às vítimas seja superior a R$ 30 milhões. A operação aconteceu nesta terça-feira (13), em Cascavel, no Oeste do Estado.   

A PCPR cumpriu oito mandados de busca e apreensão. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos durante a ação.

INVESTIGAÇÃO- O inquérito policial foi instaurado em junho de 2020, após requisição da 7ª Promotoria de Justiça de Cascavel, visando apurar crimes de falsificação de documento púbico, falsidade ideológica e outros relacionados.   

Um dos alvos seria ex-funcionário do Serviço Distrital de Lindoeste que foi afastado do cartório por decisão judicial. Os outros envolvidos seriam empresários da região e o titular do cartório.  

Durante as investigações, a PCPR também apurou que o cartório do município de Lindoeste teria sido vendido irregularmente pelo titular aos investigados por R$ 200 mil mais o valor de R$ 15 mil mensais, pagos de forma vitalícia enquanto ele permanecesse como titular do local. Essa é a segunda fase da operação, que teve a primeira ação deflagrada em outubro de 2020. Na ocasião, cinco suspeitos foram presos, além da apreensão de carros, computadores, documentos e celulares.

Peritos criminais da Polícia Científica de Curitiba também acompanharam a operação e fizeram a coleta completa dos dados dos computadores alvos da operação, ainda no local, os quais serão utilizados para o andamento das investigações, conforme explicou o perito criminal integrante das Operações Especializadas em Computação Forense, Rodrigo Zornitta Gaspar. 

“Os procedimentos possibilitarão, em exame pericial, a recuperação completa das informações, ou mesmo fragmentos, e dados que tenham sido apagados. Também é importante destacar que os trâmites realizados no local reduziram drasticamente o impacto à empresa investigada, uma vez que suas atividades foram interrompidas por um breve período de tempo e também não houve a necessidade de apreensão dos equipamentos”, explicou o perito.

GOLPES- A prática consistia em transferências fraudulentas de veículos e imóveis, lavagem de dinheiro, certidões de óbito e nascimentos falsas para extinguir a punibilidade de criminosos em processos criminais, além de RGs falsos. A PCPR ainda apurou que esses documentos eram utilizados para aplicação de golpes no Paraná e em outros estados do país.  

Os indivíduos ostentavam um padrão de vida não condizente com o trabalho que realizavam nos serviços distritais, com posse de veículos de alto padrão e moradia em condomínios caros.   

As investigações continuam com a análise do material apreendido, que pode revelar novos detalhes dos crimes, bem como outros envolvidos.

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