Operação da PCPR e PMPR prende cinco pessoas e apreende 528 quilos de fios de cobre no Paraná 17/12/2025 - 10:36
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Militar do Paraná (PMPR) realizam, nesta quarta-feira (17), uma operação integrada de combate à receptação de fios de cobre em 30 municípios do estado. A ação mobilizou 1.556 servidores para a fiscalização de 397 alvos, resultando na prisão de cinco pessoas e na apreensão de 528,20 quilos de cobre, até o momento.
A operação, denominada Conectividade, é coordenada pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná (SESP), por meio do Centro de Operações Integradas de Segurança Pública (COISP), e conta com a participação da Receita Estadual, além do apoio de operadoras e empresas de telecomunicações. A ação integra um Grupo de Trabalho criado para intensificar a fiscalização e a repressão a crimes relacionados ao furto e à receptação de cabos.
“O primeiro momento foi para organizar todo esse protocolo. A partir de agora, as operações serão realizadas de forma inopinada e rotineira, para não onerar as empresas nem as forças — além de orientar as pessoas a regularizarem a situação diante da nova legislação. O grupo já está formado, cada participante já tem sua missão definida, e a operação de hoje é a prova disso”, afirma o secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira.
Inicialmente, as ações do Grupo de Trabalho eram voltadas diretamente ao combate ao furto dos cabos de telefonia. Nesta segunda etapa, as forças de segurança se voltam à repressão da receptação, que é encabeçada por empresas de reciclagem de materiais, prática que impulsiona a realização dos furtos e a retirada de cabos dos postes. A partir de 2026, as forças de segurança e a receita estadual seguirão com ações de fiscalização de forma permanente que terão como base um calendário fixo.
“Quando o grupo foi criado, o foco estava muito na questão do furto, de forma individualizada. Na segunda etapa, nós evoluímos e passamos a focar principalmente na fiscalização da receptação, que é onde acontecem os crimes de maior gravidade, com a retirada de grandes quantidades de cabos de telefonia e até de fibra ótica”, diz o chefe do COISP, coronel Sérgio Augusto Ramos.
O chefe do COISP ainda ressalta que a mudança tem impacto direto na preservação de serviços essenciais. “Essa atuação busca evitar toda a problemática de bairros e municípios inteiros ficarem sem internet e sem condições de funcionamento de hospitais, delegacias e órgãos públicos que dependem desse serviço. Muitas vezes, o roubo de fibra é praticado sem que se tenha a real dimensão do impacto, mas acaba prejudicando praticamente toda a sociedade.”
O delegado-chefe do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil do Paraná, Rodrigo Brown, explica que a estratégia da operação é concentrar esforços na receptação, etapa considerada mais eficaz no enfrentamento desse tipo de crime.
“A grande questão nesse tipo de atuação é comprovar que o material pertence a determinada operadora e que foi realmente produto de furto ou de roubo, já que, depois de descaracterizado, o cabo se torna igual a todos os outros. Por isso, o caminho mais eficaz é atuar em cima dos receptadores. As operadoras, com a sua expertise, reconhecem os materiais utilizados em suas redes e nos propiciam a atuação em flagrante ou a responsabilização, por meio de inquérito policial, das pessoas que compram ou receptam esse material.”
O major da PMPR, Felipe Serbena, afirma que a Operação reforça a integração entre as forças de segurança e demais órgãos envolvidos, com atuação conjunta desde o atendimento das ocorrências até a repressão qualificada ao crime. “As primeiras ocorrências chegam, em sua maioria, por meio do 190 à Polícia Militar, o que reforça a importância da atuação integrada. Por isso, o foco da operação está nos estabelecimentos, já que é necessário identificar quem está recebendo esse material e contribuindo para que a população fique sem internet e sem comunicação”.
A diretora da Receita Estadual do Paraná, Suzane Gambetta, ressalta o papel estratégico da instituição na operação. “A participação da Receita Estadual é crucial para cortar o oxigênio financeiro desses grupos criminosos. Nosso foco está em garantir que a atividade de reciclagem seja conduzida dentro da legalidade. A identificação e o consequente bloqueio fiscal dos estabelecimentos que praticam a receptação de fios de cobre furtados são ações diretas que desestimulam o furto na origem, combatendo a impunidade e protegendo a economia e os serviços essenciais do Paraná".
MUNICÍPIOS FISCALIZADOS — Almirante Tamandaré; Alto Paraná; Antonina; Apucarana; Araucária; Campina Grande do Sul; Cascavel; Cianorte; Colombo; Curitiba; Francisco Beltrão; Foz do Iguaçu; Guarapuava; Loanda; Londrina; Maringá; Morretes; Nova Londrina; Paraíso do Norte; Paranacity; Paranaguá; Paranavaí; Pato Branco; Pinhais; Piraquara; Pontal do Paraná; São José dos Pinhais; Sarandi; Terra Rica; Toledo.
PCPR PRENDE HOMEM POR FURTO DE ENERGIA — Nesta semana, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu em flagrante um homem por furto qualificado de energia elétrica em São José dos Pinhais, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no bairro Costeira. A ação contou com o apoio de técnicos da concessionária, que identificaram uma ligação clandestina diretamente na rede elétrica, sem medidor, confirmando o consumo irregular no imóvel.
A investigação aponta que o endereço era utilizado em um esquema de estelionato, falsificação de documentos públicos e organização criminosa, com o objetivo de viabilizar ligações elétricas irregulares, inclusive em áreas de proteção ambiental. No local, os policiais apreenderam equipamentos eletrônicos e uma caminhonete caracterizada indevidamente com a marca da concessionária, além de uniformes e materiais utilizados para instalação de redes.
LEGISLAÇÃO – O Paraná conta com a Lei Estadual 22.754, que responsabiliza empresas de reciclagem que forem flagradas praticando a receptação de produtos de cabo de telefonia de forma ilícita. Em casos como este, o negócio tem a sua situação fiscal junto à receita estadual bloqueada. Esta é uma ação direta que visa ampliar o controle referente à comprovação da devida procedência do material comercializado.


















