O IV Curso de Especialização em Cinotecnia tem aula inaugural no Quartel do Comando-Geral da PM em Curitiba 19/11/2019 - 18:26
A Companhia de Operações com Cães (COC), subunidade do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), promoveu na manhã desta terça-feira (19/11) a aula inaugural do IV Curso de Especialização em Cinotecnia Policial Militar – Categoria Praças 2019. O evento aconteceu no auditório do Quartel do Comando-Geral da PM e contou com uma palestra sobre a atuação dos bombeiros e cães na tragédia de Brumadinho (MG).
Para o Comandante-Geral da PM, coronel Péricles de Matos, o apoio dos cães na atividade policial e bombeiro é muito importante para um melhor resultado. “O Paraná detém muita tecnologia e conhecimento no emprego de cães, e quando organizamos um curso dessa magnitude, e chamamos colegas de outros estados, estamos difundindo tecnologia e esse benefício retornará aos estados de origem deles, à outras comunidades para proteção do cidadão brasileiro”, disse o coronel Péricles.
“Esse curso apenas evidencia nossa atuação, visto que durante um bom tempo ter cães no Corpo de Bombeiros era moda, mas hoje é uma questão de necessidade. Temos não só cães trabalhando junto ao GOST, mas em diversas unidades em todo o estado que foram não apenas úteis, mas fizeram a diferença em diversas situações ao resgatar vítimas e a trazer para o seio de sua família”, disse o Comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Samuel Prestes.
Segundo o Comandante do BOPE, tenente-coronel Rui Noé Barroso Torres, o cão possui qualidades que, na maioria das vezes, se sobrepõe às qualidades do ser humano, tal qual a lealdade e fidelidade. “Erram aqueles que dizem que o cão é uma ferramenta, um instrumento utilizado pelo policial, o cão ele é mais um policial, ele é um parceiro. Ele vai onde o homem não chega, ou que talvez não seja conveniente ou estrategicamente chegar”, disse.
“O objetivo é especializar mais essa turma, para que possamos cada vez mais ampliar o trabalho de operações com cães, além do BOPE, como para o corpo de bombeiros, e outras forças de segurança e dar a relevância que realmente merece essa atividade”, complementou o tenente-coronel Barroso.
O 4º Curso de Cinotecnia, que contou com a inscrição de mais de 150 candidatos da corporação, busca padronizar a técnica de condução, treinamento e adestramento básico e a difusão da doutrina a outras policias militares, forças coirmãs e outras instituições de segurança pública. Serão 280 horas-aulas ministradas para 33 policiais.
De acordo com o Comandante da Companhia de Operações com Cães (COC), capitão Gustavo Dalledone Zancan, o curso de Cinotecnia é ministrado pela unidade desde 2016 e essa é a primeira vez que ele é ministrado na modalidade de especialização. “O fato de ser especialização proporcionou que militares de diversas unidades, e até mesmo de outras forças de segurança, participassem. Esperamos passar o máximo de conhecimento e treinamento nesses 30 dias, que seja intenso e seja bastante proveitoso para que eles possam retornar à suas unidades levando esse conhecimento”, disse o capitão Zancan.
Sobre a aula inaugural, que teve como tema “A atuação do Corpo de Bombeiros do Paraná em Brumadinho (MG)”, o capitão Zancan disse que é um reflexo de muito treinamento e estudo. “Infelizmente aconteceu o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, mas o Paraná pode ajudar e auxiliar na situação e isso mostra a dedicação que os nossos bombeiros e, também, policiais militares tem, pois até mesmo de férias eles vão até o batalhão para continuar o vínculo com o cão”, contou.
Durante a palestra, o Comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), major do Corpo de Bombeiros Daniel Lorenzetto, contou como foi a experiência de ajudar nas buscas em Brumadinho. “Chegamos à conclusão que seria necessário um revezamento, trabalhar dia sim e dia não, para que os cães não tivessem problemas”, contou o major Lorenzetto.
“Durante a operação de resgate, foi observada a adequação de cada cão, então tinha cães muito pesados que não rendiam e outros muito leves que rendiam mais, e foi observado o desempenho de cada cão para ser o mais efetivo possível”, continuou o Comandante do GOST, que fez parte da equipe percursora do Paraná. “80% de tudo que era encontrado durante o dia era por parte dos cães e eles também foram responsáveis por encontrar 30% dos corpos”, finalizou.
Um dos alunos é o sargento Leonício Inocêncio Torres, do 22º Batalhão de Polícia Militar (22º BPM), que sempre teve vontade de fazer o curso, mas só agora teve a oportunidade. “Eu não sei se eu irei conseguir trabalhar nesta área, mas mesmo assim estou aqui fazendo esse curso de especialização, visto que gosto muito dos cães”, disse.
O canil da Polícia Militar do Paraná teve início em 14 de dezembro de 1971, nos fundos do Quartel do Comando-Geral e, desde 2010, faz parte do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). O COC tem por missão principal dar apoio às operações policiais, por meio do emprego de cães selecionados, adestrados e treinados para as especialidades de detecção de drogas, armas, explosivos, busca e captura de suspeitos, patrulhamento e restabelecimento da ordem pública.
O COC é a unidade responsável por difundir a doutrina das operações com cães na Polícia Militar do Paraná, sendo assim, promove e chancela diversos seminários técnicos em Curitiba e em Canis Setoriais. Avalia e certifica semoventes, além de buscar certificação para os cães junto a entidades reconhecidas internacionalmente, como a Confederação Brasileira de Cinotecnia e a Federação Cinológica Internacional.