Apenados de Maringá realizaram o vestibular para ingressar no curso superior em Serviço Social na última terça-feira (07). A inscrição na prova é uma iniciativa dos próprios internos que concluíram ou estão em fase de conclusão do ensino médio e que desejam dar continuidade aos estudos. Aqueles que forem aprovados vão poder cursar a graduação na modalidade à distância de dentro da unidade penal.

Além de dispor de tempo para se dedicar às aulas, os aprovados receberão os materiais necessários para o estudo e darão continuidade ao processo de remição de pena. A cada 12 horas de estudo eles têm reduzido um dia da pena.

“Existem estudos que comprovam que os presos que tiveram oportunidade de cursar uma graduação têm a taxa de retorno ao sistema prisional reduzida, diferente daqueles que não participaram de nenhum tipo de reinserção”, afirmou o coordenador regional do Deppen em Maringá, Júlio César Vicente Franco.

“A Secretaria de Segurança do Paraná, por meio da Polícia Penal, se preocupa em fazer com que a pessoa que por algum motivo deu entrada no sistema penitenciário saia em condições de restabelecer sua vida em sociedade com alto nível de qualificação”, complementou o diretor.

A inserção em um curso de nível superior, a possibilidade de garantir um diploma e uma profissão para exercer após o cumprimento da pena, são ferramentas que servem como incentivo para os apenados.

"A remição é um grande estímulo, mas os candidatos prestaram provas porque querem mesmo fazer um curso superior e ter uma profissão definida para quando saírem da penitenciária", diz a pedagoga Ivanir Jolio, que coordena o ensino na Penitenciária Industrial de Maringá - Unidade de Progressão (PIM-UP).

Os vestibulares para pessoas privadas de liberdade são oferecidos em parceria da Polícia Penal do Paraná e Secretaria de Segurança Pública com instituições de ensino públicas ou privadas, como as universidades estaduais de Maringá (UEM), Londrina, Ponta Grossa e Cascavel, além dos Institutos Federais.

O vestibular deste mês ocorreu através de uma parceria com a Universal nos Presídios (UNP), entidade ligada à Igreja Universal que faz um trabalho de apoio espiritual nas unidades prisionais, e a plataforma Fanduca.

“Parabenizo os esforços dos estudantes para chegarem até o vestibular e também os professores que fizeram a preparação dos internos para as provas”, disse o diretor da PIM-UP, Vaine Gomes.