Analistas da segurança pública promovem intercâmbio com pesquisadores de análise criminal 14/02/2023 - 15:04

O Paraná é o primeiro Estado a aplicar policiamento baseado em dados de HotSpots, que tem como objetivo traçar rotas para o policiamento ostensivo. O Programa será aplicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com o Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp). 

 

O tema foi debatido em reunião do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), com o superintendente de Análise Criminal da Polícia Estadual de Buenos Aires, general Gastón Pezzuchi e a pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV), Joana da Costa Martins Monteiro. 

 

O objetivo do encontro foi a troca de informações sobre estruturação e metodologias para implantação do projeto, desenvolvido pelo Especialista Líder em Segurança e Justiça da Cidade BID, Rodrigo Serrano Berthet.  

 

O mapeamento de pontos quentes é uma estratégia de policiamento ostensivo, realizada por meio do patrulhamento em determinadas áreas com foco na redução da criminalidade. Os pontos quentes são identificados a partir de análises da área criminal com informações previamente processadas pela Secretaria de Segurança Pública. Além disso, analisa dados de onde ocorrem mais crimes, podendo identificar incidência de furtos e roubos e fazer um patrulhamento específico.

 

O chefe do Cape, setor responsável pela análise e mapeamento criminal de cada ponto do Estado do Paraná, major Cláudio Todisco Silveira, enfatizou que a parceria tem papel importante na segurança pública, visando a redução da criminalidade. “Nós vamos medir alguns espaços urbanos que vão ter implemento de segurança. Os pesquisadores estão ajudando a desenhar esse projeto, elaborando toda a parte técnica e cálculos estatísticos. Vamos acompanhar e avaliar, para que no final possamos ver resultados das áreas que sofreram intervenção da segurança e saber se o efeito da aplicação do policiamento em pontos quentes (hotspots) tiveram os resultados esperados na redução da criminalidade”, explicou.

 

De acordo com o responsável pela análise geográfica do Geoprocessamento  da Cape, Reginaldo Santa Rosa, a reunião serviu para que cada um compreendesse o compromisso em prol de novos objetivos. “É importante que entendamos as ferramentas das estatísticas que existem e a metodologia que será adotada. É através desses encontros que vamos conseguir mensurar tudo o que foi planejado e que será aplicado e, posteriormente, os resultados desses estudos que estão sendo implantados”, explicou. 

 

O comissário general Gastón Pezzuchi explica que o propósito do programa é um policiamento especializado nos pontos de violência, com a expectativa de melhorar a qualidade do serviço policial associado à prevenção do crime. “Hoje nós falamos sobre como serão geradas as rotas específicas de patrulhamento que vão permitir o foco da atividade policial no espaço e no tempo, ou seja, a seleção no espaço daqueles segmentos de rua que têm grande concentração de crimes. O objetivo é elaborar isso, não só em termos técnicos, mas também adequados aos recursos disponíveis da Polícia Militar do Estado do Paraná”. 

 

“A ideia é analisar os dados de locais que ocorrem os crimes para identificar onde há maior incidência e fazer um planejamento a fim de aumentar a efetividade do patrulhamento. A lógica é fazer um policiamento baseado em evidências e usá-las cientificamente para destinar corretamente o policiamento e identificar também se isso está gerando resultados ou não para sociedade e se os resultados estão impactando na redução de crimes”, contou Joana da Costa Martins Monteiro, a pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisadora ainda ressalta que essa é uma prática muito aplicada no exterior e que é a primeira vez que a Polícia Militar está fazendo isso no Brasil. 

 

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