Os vícios em jogos digitais são tema de palestra da SESP no Setembro Amarelo 25/09/2025 - 12:29

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) promoveu na manhã desta quinta-feira (25) uma palestra especial como alerta aos vícios em jogos digitais e os riscos dos excessos das telas para o bem estar mental. O evento fez alusão ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio e de cuidados à saúde mental e a apresentação foi ministrada pela professora Tatiana Forte, especialista em Psicologia Hospitalar e mestre em Educação.

“Os jogos ocupam um lugar na vida das pessoas que já tem um transtorno em desenvolvimento e agravam esse transtorno, além de causar uma desorganização ainda maior em suas vidas”, explicou a professora palestrante. Segundo ela, esse agravamento pode culminar em consequências drásticos, como o suicídio. “As compulsões e impulsos se somam, precisamos minimizar esses comportamentos com a reorganização nas vidas das pessoas”, disse.

Para a capitã Ronize Stein Piancini, chefe do Centro de Acompanhamento de Programas Biopsicossociais da Sesp, é preciso debater a saúde mental constantemente. “Escolhemos falar dos vícios em jogos porque eles podem acarretar um acúmulo de problemas que podem até provocar suicídios, tema central do Setembro Amarelo”, afirmou.

Com o slogan “Se precisar, peça ajuda”, o Setembro Amarelo 2025 converge com o tema da palestra, de acordo também com a professora Tatiana Forte. “É um mês que nos traz a possibilidade de fortalecer ainda mais a percepção sobre o outro e fornecer caminhos para ele trabalhar a saúde mental e sair do risco”, afirmou. A palestra contou com orientações de como reconhecer os sintomas das compulsões em jogos digitais e de apostas.

Segundo a professora, os vícios não acontecem repentinamente, dependendo de um processo. No caso dos jogos digitais, eles são ativados inicialmente por um sistema de recompensas, o que gera bem estar, mas pode causar ansiedade e necessidade incontrolável de competir. O nome clínico desse fenômeno é nomofobia, o temor de se estar digitalmente desconectado, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um um problema de saúde pública.

A professora falou da classificação da compulsividade e a mania por jogos e apostas online como patologia grave que necessita de intervenção psiquiátrica e psicológica. Dados apresentados demonstram que de 1% a 9% das pessoas expostas a estes hábitos podem desenvolver vícios e que as consequências podem ser a perda de contato social e perdas financeiras, além de problemas físicos e psíquicos, como a ansiedade, que gera a insônia, e a depressão.

A professora listou ainda algumas práticas para evitar o vício nos jogos digitais e a nomofobia:
- Bloquear notificações nos aparelhos celulares (sempre que possível)
- Ligar o modo silencioso fora do tempo de trabalho (sempre que possível)
- Ignorar os smartphones quando estiver com outras pessoas fora do trabalho
- Estabelecer horários limites para o uso da tecnologia digital

Essas recomendações servem também para as crianças, vítimas da nomofobia cada vez mais precocemente, segundo a professora Tatiana Forte. As menores de 2 anos não devem ser expostas às telas; as de 3 a 5 anos podem usar no máximo uma hora por dia; as de 6 a 10 anos no máximo 1 hora e meia; e os adolescentes devem estar conectados até no máximo 2 horas por dia. 

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