Curso de pintura em tela proporciona conhecimento e resgate social em Penitenciária Industrial de Cascavel 03/07/2024 - 11:39

A Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro - Unidade de Progressão (PIMP-UP), em Cascavel, no Oeste do Estado, sediou curso de pintura em tela para as pessoas privadas de liberdade (PPLs) promovido pelo Conselho da Comunidade de Cascavel, por meio do Projeto Educar para o Futuro da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), e em parceria com a Polícia Penal do Paraná (PPPR).

Realizado entre maio e junho, o curso de pintura em tela contou com a participação de oito alunos, que tiveram duas aulas teóricas e quatro práticas. Durante as aulas teóricas, os alunos aprenderam sobre a história da arte, os movimentos artísticos e as diferentes técnicas de pintura, incluindo a técnica de ponto de fuga, essencial para desenhos e pinturas em tela. Nas aulas práticas, cada aluno pintou uma tela pequena e uma grande, totalizando 16 obras que serão expostas em um local público ainda a ser definido.

A professora do curso e colaboradora do Conselho da Comunidade, Dafne Rabelo, compartilhou suas impressões sobre a experiência. “Eles foram muito bem nas aulas, nunca imaginei dar aula em um estabelecimento penal, foi algo diferente. Eles demonstraram muito interesse e percebi uma grande evolução. Pintura em tela pode ser desde um hobby, terapia ou profissão, uma renda extra para ganhar a vida”, disse.

Uma das PPLs que participou do curso destacou a importância do aprendizado. “A pintura em tela exige muita paciência e técnica, é um aprendizado. Quando eu estava na rua [em liberdade], eu nunca pintei uma tela e aqui aprendi a fazer. Isso pode ser uma fonte de renda lá fora”, enfatiza.

O vice-diretor da PIMP-UP, Rafael Marcante, enfatizou a importância da educação e da cultura na ressocialização de apenados. “É um curso que oportuniza muito mais que conhecimento. É uma possibilidade rentável de ter um trabalho digno, empreendedor e que garante resgate social, principalmente após o cumprimento de pena, quando muitas dessas pessoas privadas de liberdade deixam o sistema prisional e passam a enfrentar os preconceitos da sociedade”, declara.

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