A Penitenciária Estadual de Londrina II – Unidade de Progressão (PEL II-UP) foi a unidade da Polícia Penal do Paraná (PPPR) que registrou a maior arrecadação estadual proveniente do trabalho prisional. Ao todo, os 336 apenados inseridos em canteiros de trabalho arrecadaram R$393,1 mil em janeiro. 

Do total arrecadado, R$301,8 mil foram destinados ao pagamento dos apenados inseridos em canteiros de trabalho conveniados e R$91,2 mil foram alocados no Fundo Penitenciário (Fupen). Esse montante é utilizado, entre outras coisas, para remunerar os apenados que trabalham em canteiros próprios da PPPR.

Em janeiro do ano anterior, a arrecadação foi de R$258,3 mil, com R$194,7 mil pagos aos apenados inseridos em canteiros cooperados e R$63,5 mil destinados ao Fupen. Segundo a PPPR, a evolução de 34% em 2025 em relação ao ano de 2024, demonstra a efetividade do modelo de ressocialização.

A unidade mantém parcerias com diversas empresas públicas, privadas e prefeituras. Atualmente, nove empresas conveniadas oferecem vagas de trabalho externo para os 223 apenados, que saem diariamente com monitoração eletrônica e autorização judicial, retornando ao final do expediente. Além disso, 85 PPLs aguardam autorização da justiça para integrar nesses convênios.

Nos trabalhos internos, três empresas conveniadas proporcionam vagas a 113 apenados, que atuam em oficinas dentro das dependências da PEL II-UP. 

“A reintegração social é um dos pilares fundamentais do trabalho realizado na PEL II-UP. A educação, os cursos técnicos e os projetos de justiça restaurativa são essenciais para preparar os internos para a reinserção social e reduzir a reincidência criminal, beneficiando toda a sociedade”, destaca o coordenador da Regional Administrativa da PPPR em Londrina, Élcio Martins Basdão.

ESTUDO -  A penitenciária também conta com um Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebja), onde 133 custodiados estão cursando o ensino médio. Além disso, 298 PPLs com ensino médio completo se preparam para o vestibular da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em galerias específicas. O programa oferece material didático atualizado e permite a remição de pena por meio do estudo, incentivando a educação como uma ferramenta de transformação.

“São ações que integram o repertório de atividades relacionadas ao tratamento penal das pessoas privadas de liberdade que contribuem para uma reintegração social efetiva e humanizada. Nesse sentido, esta gestão incentiva e proporciona às PPL espaços adequados e cursos capazes de reduzir a reincidência criminal. As visitas técnicas de universitários têm o objetivo de levar ao conhecimento da sociedade os trabalhos realizados pela PPPR e os resultados alcançados através do tratamento penal”, destaca o diretor da PEL II-UP, Michel Hildebrand.

Em 2024, o vestibular da UEL realizado na PEL II-UP contou com a participação de 181 apenados, resultando em 10 aprovações, além de duas pessoas em lista de espera. O suporte para cursos universitários à distância é oferecido, com a participação de quatro apenados que frequentam a UEL e na sede de Londrina do Centro Universitário Filadélfia (UniFil), promovendo a inclusão educacional fora da penitenciária. O ‘Projeto Sala do Saber’ também se destaca, com a participação de três apenados no curso preparatório para o vestibular de medicina da UEL.  

Além disso, conta com a parceria da Universidade Positivo, que faz atendimentos psicológicos e atividades de suporte aos apenados e o “Projeto Universidade Sem Fronteiras”, iniciado em 2024, que oferece cursos de mosaico e de economia doméstica que visa capacitar os apenados e seus familiares para técnicas de consumo consciente e orçamento familiar. A colaboração com o Senai também oferece três cursos anuais de capacitação profissional, como o curso de construção civil, que atualmente atende 20 PPLs. 

É feito o investimento em atividades que aproximam a sociedade acadêmica da realidade do sistema penitenciário. Em 2024, a unidade recebeu 22 visitas técnicas de universitários, permitindo que aproximadamente 750 estudantes de cursos como Direito e Psicologia conhecessem de perto as práticas de ressocialização e gestão da unidade.  

Ações dentro da justiça restaurativa também são pautadas, uma abordagem que visa criar um ambiente de fala e escuta para promover a cura e a reintegração dos apenados. O programa oferece uma abordagem humanizada, na qual as PPL podem aprender a se expressar de maneira empática e melhorar seus relacionamentos consigo mesmas e com os outros. Este programa está disponível para todos os 1.200 homens privados de liberdade na PEL II-UP.