PCPR promove palestra sobre Direitos Humanos no atendimento a autistas 06/10/2023 - 17:24

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) promoveu uma palestra de capacitação para atendimento a autistas, nesta quinta-feira (5), no auditório Mário Lobo, no Palácio das Araucárias, em Curitiba. O evento aconteceu em parceria com a Escola de Educação em Direitos Humanos (ESEDH) e contou com a participação de mais de 70 servidores.
A iniciativa teve como objetivo abordar temas como características gerais do Transtorno Espectro Autista (TEA), convivência, questões neurodivergentes, garantias de diretos, termos adequados para o tratamento e como realizar um atendimento humanizado para autistas e para a família.
"A importância da realização de palestras como essa, é levar conhecimento aos nossos policiais para que possam melhor atender e acolher as pessoas dentro do espectro autista quanto seus familiares. A ideia é adquirir e multiplicar conhecimento sobre o tema", afirma a delegada e chefe do Grupo Auxiliar de Recursos Humanos da PCPR, Daniele Serigheli.
Os temas abordados nas palestras proporcionam aos servidores o entendimento da necessidade de trazer acolhimento as pessoas com o espectro. Dessa forma, os policiais são orientados a manter e melhorar os serviços prestados a fim de realizar um atendimento moderno, que garantirá agilidade e eficiência em todo o processo.
O presidente da Organização Neurodiversa pelos Direitos dos Autistas (ONDA), Fábio Cordeiro, ressalta que todos os servidores públicos devem ter o conhecimento sobre a causa para poder atender as pessoas de maneira inclusiva, respeitando as características.
“Quando falamos de Polícia Civil e segurança pública, é mais importante porque estão lidando com vulnerabilidade. Então o servidor entender sobre o TEA, saber fazer uma abordagem e um atendimento respeitoso é de extrema importância”, afirma Cordeiro.
De acordo com médico neurologista Thiago Simões, conhecer sobre neurodivergência e o TEA resulta em uma visão mais ampla do servidor em relação à sociedade, como intervir e auxiliar. “O servidor público é um agente de intermediação com a sociedade. Assim como médico ou psicólogo, o policial precisa intermediar conflitos. Então quando eles entendem a diversidade em que as pessoas manifestam, passam a ter uma visão mais humana e adequada para prestar os melhores serviços”, complementa Simões.
A agente de polícia judiciária, Priscila Kosteke, afirma que o curso é de grande valia e contribui para o desenvolvimento do trabalho policial nos casos de atendimentos a autistas. “É importante que o policial tenha um olhar empático para conseguir mais informações e deixar a pessoa confortável. É necessário saber acolher, saber como perguntar e desenvolver a conversa, respeitando a individualidade”, conclui.
PRESENÇAS - Participaram do evento, o coordenador de Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania do Paraná, Jefferson de Castro, a deputada estadual Flávia Francischini, a diretora da ESEDH, Nádia Leandro, a agente de polícia judiciária Jaqueline Machado, representando a delegada da PCPR, Daniele Serigheli, o presidente da Onda, Fábio Cordeiro, o Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros, Jonas Emmanuel, a servidora da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e Família, Carla Lourenço, e o médico neurologista Thiago Simões.