Solenidade marca a contratação de apenadas do regime fechado por empresa privada em Ponta Grossa 23/05/2025 - 17:21

Dez mulheres privadas de liberdade custodiadas na Cadeia Pública Hildebrando de Souza (CPHS), em Ponta Grossa, foram contratadas para trabalho externo por uma empresa privada. O evento, realizado nesta sexta-feira (23), controu com a presença secretário de segurança pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira e celebrou a contratação.

A iniciativa, que leva o nome “Mulheres de Aço”, é inédita na regional administrativa da Polícia Penal do Paraná (PPPR) em Ponta Grossa. A fim de promover a reintegração social e contribuindo para a reduzir a reincidência criminal, a PPPR e a empresa BR7 firmaram acordo através de ordem de serviço.

“O sistema prisional não pode ser apenas punitivo, precisamos investir em ressocialização. Iniciativas como esta, que oferecem trabalho digno e tratam essas mulheres com igualdade, são fundamentais. Parabéns à empresa pela sensibilidade em dar essa oportunidade. Espero vê-las, em breve, de volta à sociedade, fortalecidas e prontas para uma nova história”, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira.

As atividades desempenhadas são diversas, como expedição, pintura, conformação e acabamento. Elas receberão um salário mínimo, sendo  25% do valor destinado ao Fundo Penitenciário (Fupen), responsável pelo pagamento de apenados que trabalham em canteiros próprios da PPPR, gerando uma economia direta ao Governo do Estado.

“Esta parceria marca uma nova etapa para a Polícia Penal do Paraná, com a primeira contratação de mulheres em regime fechado para trabalho externo na região de Ponta Grossa. Segurança pública também é responsabilidade social, e iniciativas como essa apostam na transformação, no trabalho digno e na reintegração”, destacou a diretora-geral da Polícia Penal do Paraná, Ananda Chalegre.

O coordenador regional da PPPR em Ponta Grossa, William Ribas, reforçou a importância do trabalho em conjunto. “Essa parceria representa um passo fundamental para o nosso sistema prisional. A Polícia Penal tem trabalhado incansavelmente para garantir a segurança e também as condições para a reintegração dessas pessoas. Com o trabalho externo, damos a elas a oportunidade de mostrar que são capazes de aprender novas profissões e de se reconectar com a sociedade, diminuindo as chances de que voltem ao crime”, destacou Ribas, evidenciando o papel estratégico da PPPR na supervisão e no acompanhamento do programa.

O diretor da CPHS, Acir Portela, ressaltou o caráter inovador do projeto: “Essa iniciativa é um exemplo a ser seguido. Acreditamos que o trabalho é uma ferramenta poderosa para a ressocialização, e ao abrir essas portas, estamos oferecendo dignidade e esperança para essas mulheres construírem um novo caminho”, disse.

As mulheres contratadas pela empresa passarão a exercer atividades laborais fora do ambiente prisional, sob supervisão e com o acompanhamento necessário, garantindo, não apenas a oportunidade de trabalho, mas também a chance de desenvolver novas habilidades e se reconectar com a comunidade. A expectativa da PPPR é que este projeto, assim como outros já vigentes com empresas privadas nas cidades de Londrina e Francisco Beltrão, sirva de inspiração para outras empresas em todo o estado, ampliando as oportunidades de reinserção social para indivíduos em situação de privação de liberdade.

“Para nós é uma honra fazer parte deste momento tão significativo. Acreditamos no potencial de transformação das pessoas e estamos felizes em oferecer uma chance real para essas mulheres. É um investimento em um futuro melhor para elas e para toda a sociedade”, declarou o Denoir Marins, diretor da empresa BR7.

GALERIA DE IMAGENS