Mulheres privadas de liberdade doam cabelo para pacientes com câncer 06/05/2025 - 17:18

O Centro de Integração Social (CIS) da Polícia Penal do Paraná (PPPR), localizado no Complexo Penitenciário de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, realizou nesta terça-feira (6) uma ação de doação de cabelo com a participação de 27 mulheres privadas de liberdade. A atividade, que  faz parte das ações de reintegração social desenvolvidas pela PPPR, integra o projeto Liberdade em Fios, criado em novembro de 2024, e tem como objetivo contribuir com a produção de próteses capilares destinadas a mulheres em tratamento oncológico. 

A diretora-geral da Polícia Penal do Paraná, Ananda Chalegre, enalteceu o ato de doação como um gesto de amor, carinho e generosidade. “Agradeço a todas as mulheres privadas de liberdade que estão doando seu tempo, suas habilidades e seus cabelos para transformar a vida de quem enfrenta uma batalha tão difícil. Vocês são a prova de que o bem pode ser semeado em qualquer lugar”, afirmou. 

Janaína Montenegro, policial penal, gestora da Cadeia Pública de Goioerê e uma das idealizadoras do projeto, explicou que a iniciativa teve origem a partir de uma sugestão de um monitor de ressocialização prisional. Com o apoio do Jessica Cara Institute e do Conselho da Comunidade de Goioerê, seis mulheres privadas de liberdade foram capacitadas para a confecção de próteses capilares. A ação agora se expande com a chegada de doações de cabelo de outras unidades prisionais do estado.

“O insumo mais caro das próteses capilares é o cabelo humano. Por isso, buscamos voluntárias entre as apenadas dispostas a doar seus fios para ajudar outras mulheres em vulnerabilidade. Esse projeto traz altas doses de humanidade, tanto para quem doa quanto para quem recebe”, afirmou Janaína. 

O projeto prevê agora a ampliação para outras unidades prisionais femininas do estado, com o objetivo de aumentar o número de próteses capilares destinadas a instituições que atendem pacientes oncológicos. Nesta fase inicial, as primeiras próteses confeccionadas serão encaminhadas ao Hospital do Câncer de Umuarama, União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer (Uopeccan).

A diretora do CIS, Marilu Kátia da Costa, também destacou o caráter simbólico da ação. “Cada mecha de cabelo representa um gesto de coragem e um símbolo de esperança, para que juntos, possamos contribuir para restaurar a autoestima e a confiança de quem vive essa luta contra o câncer”, disse. 

Uma das custodiadas, de 22 anos, relatou que, durante o corte de cabelo, lembrou da mãe, que enfrenta um tratamento contra o câncer. “Na hora, pensei que minha mãe pode precisar um dia. É muito bom poder ajudar. Aqui mudei minha forma de agir e pensar. Estou feliz em fazer a diferença”, contou. 

A ação contou com a participação da cabeleireira voluntária Ednalva de Carvalho, da Missão Missionários Bom Pastor, responsável pelos cortes de cabelo realizados durante a atividade. O momento foi marcado por uma apresentação musical da voluntária e musicista curitibana Dany Nascimento. Além das mulheres privadas de liberdade, servidoras do sistema prisional também participaram da atividade. 

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