Em apenas um ano, projeto antidrogas da Polícia Penal do Paraná já beneficiou 167 pessoas 24/02/2023 - 16:39

O Projeto Esperança do Amanhã é uma iniciativa do Complexo Social de Ponta Grossa, administrado pela Polícia Penal do Paraná (PPPR), que presta atendimento restaurativo para egressos do sistema penal que são dependentes químicos ou de pessoas em conflito com a Lei pelo porte e/ou uso de drogas. O programa, que foi inaugurado em dezembro de 2021, já beneficiou 167 pessoas.
Participam do projeto os apenados em liberdade condicional que se declaram dependentes químicos e pessoas em transação penal por porte de drogas ilícitas para uso pessoal, encaminhadas pelo Judiciário como uma pena alternativa – seguindo o artigo 28 da Lei nº13.840.
O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Maurício Ferracini, afirma que o projeto é uma ação importante para diminuir os números de reincidência criminal daqueles indivíduos que cometeram delitos derivados da dependência química, impactando positivamente no meio social.
“O programa mostra que a PPPR não administra apenas questões relativas ao cárcere e às pessoas que se encontram no estabelecimento prisional, mas também mostra uma preocupação com aquele indivíduo que já retornou à sociedade e, consequentemente, precisa se desvincular dos comportamentos que o levaram ao sistema prisional”, afirma.
O Projeto Esperança do Amanhã possui uma abordagem restaurativa seguindo as diretrizes de redução de danos, visando a implementação de ações que ajudem a prevenir o agravamento ou o surgimento de situações negativas advindas do uso de substâncias químicas, sejam danos individuais e/ou coletivos.
Segundo o Ministério da Saúde, as estratégias de redução de danos são um conjunto de políticas e programas para atenuar as consequências negativas do uso de drogas, por meio da mitigação dos perigos potenciais e riscos à saúde dos usuários, famílias e comunidades.
A psicóloga que atua no projeto, Luiza de Oliveira Rosas, explica que o programa não possui caráter terapêutico, o que quer dizer que não trabalha com o tratamento de dependência química, mas sim com a transformação da perspectiva dos beneficiários.
“Nosso foco é levar conhecimentos que perduram na vida dessas pessoas e de quem está ao seu redor, mesmo depois da finalização da participação no programa. A ideia é mudar seus comportamentos e visões para impactar positivamente no seu ciclo social”, esclarece.
CICLOS - O atendimento do programa baseia-se em um ciclo de 7 encontros interativos, um por semana, no auditório do Complexo Social de Ponta Grossa.
Os encontros abordam temas que impactam de forma positiva na vida dos beneficiários, apresentando o trabalho jurídico do Ministério Público, os serviços oferecidos pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-AD), apontamentos sobre a Lei de Drogas, maneiras de retomada dos estudos, entre outros.
Os temas são trabalhados por profissionais de diversas áreas, como o Ministério Público (MP), Escritório Social, órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho e assistência social.