Programa de Terapia Ocupacional auxilia no desenvolvimento de apenados do Complexo Médico Penal 27/03/2024 - 14:47

A Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio do Complexo Médico Penal (CMP), tem investido em iniciativas que promovem acompanhamento psiquiátrico e/ou psicológico com foco em reinserção social e promoção da saúde mental através do setor de Terapia Ocupacional.

As atividades desenvolvidas são planejadas por duas terapeutas ocupacionais com encontros semanais de duas horas, que visam trabalhar capacidades cognitivas, sensoriais, motoras e sociais através do artesanato. 

"Acreditamos que a ressocialização é um aspecto fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e segura e investir em alternativas como a Terapia Ocupacional contribui para o bem-estar dessas pessoas. A iniciativa evidencia o trabalho da Polícia Penal em construir uma custódia digna e respeitosa”, destacou o diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini. 

A Defensora Pública do Paraná, Andreza Lima de Menezes, que acompanha as atividades da unidade, ressalta a importância da execução desta ação para auxílio no desenvolvimento psíquico dos pacientes e resgate da identidade. “A Defensoria Pública defende que o trabalho seja voltado para a perspectiva de construção de alternativas fora da prisão. E, nesse aspecto, o trabalho da equipe do setor de terapia ocupacional atende nossas expectativas”, disse.

O Complexo Médico Penal é uma unidade prisional que conta com ala destinada especificamente a condenados ao cumprimento da chamada medida de segurança, que é uma classificação de penalidade a indivíduos com sofrimento psíquico e/ou em tratamento de saúde. Além disso, o CMP também custodia apenados com prerrogativas decorrentes do cargo/função exercido, portadores de diploma de nível superior ou separados por ordem judicial para resolução de conflitos.

“Na atual gestão, visamos proporcionar aos custodiados uma atenção integral das áreas técnicas do CMP, desde o atendimento médico, psiquiátrico e psicológico até o serviço social, pedagogia e terapia ocupacional. O setor de Terapia Ocupacional internaliza valores laborais, econômicos, socioculturais, psicossociais e afetivos”, enfatiza o diretor do Complexo Médico Penal, Edwaldo Willis de Carvalho.

A terapeuta ocupacional da unidade, Lucineide Inácia Barbosa, conta que as atividades desenvolvidas visam realizar um trabalho de ressignificação, praticando e conscientizando os pacientes sobre o respeito ao próximo, trabalho em equipe, disciplina e organização mental. “A ideia é sempre fazer atividades significativas, que trabalham a expressão e tenham relevância na vida e no desenvolvimento individual de cada um”, conclui Lucineide.

Além do aspecto cognitivo, a ideia de um retorno financeiro por meio da produção dos participantes é um conceito que está sendo trabalhado. “Criamos um sistema de troca, no qual os artesanatos produzidos são convertidos para novos materiais de trabalho, sempre com o consentimento e interação ativa de cada um”, conta a terapeuta ocupacional da unidade, Andrielle Caroline de Melo das Graças.

O sucesso do programa de Terapia Ocupacional no CMP é evidenciado pelos relatos positivos dos participantes, que encontram na atividade uma oportunidade de crescimento pessoal e transformação. “Todos os dias eu penso no que posso fazer de útil e no que quero fazer fora das grades, e a terapia me ensina a ter foco e algo a mais para fazer durante a semana”, compartilha um dos participantes do grupo.

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