Novo projeto leva palestras e reflexão a jovens que cumprem medida socioeducativa 14/07/2023 - 17:28

As Secretarias da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça e Cidadania (Seju) lançaram o projeto Encontros e (10)Encontros, nesta quinta-feira (13) – data de comemoração dos 33 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. O objetivo é proporcionar aos jovens em cumprimento de medida socioeducativa reflexões sobre o uso de drogas por meio de palestras e bate-papos nos Centros de Socioeducação do Estado.

O projeto, criado em parceria do Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD) da Sesp e a Coordenação de Gestão do Sistema Socioeducativo (CGS) da Seju, vai promover palestras e rodas de conversa sobre temas como os danos causados pelo uso de drogas, família, maternidade e paternidade responsável, desafios da adolescência e esporte, entre outros.

“É uma forma mais contundente de mostrar que o jovem tem escolha e que isso depende de conhecimento, vontade e oportunidade”, disse o coordenador em exercício do NEPSD, Robison de Castro.

A ideia é atingir, ao longo de oito meses, os 395 adolescentes que cumprem medida socioeducativa de privação ou restrição de liberdade no Paraná, assim como seus familiares e os profissionais que atuam nos Centros de Socioeducação e Casas de Semiliberdade (Cense).

Um dos intuitos é combater o uso de drogas e também evitar o aliciamento desses adolescentes pelas organizações criminosas para trabalhar no tráfico de entorpecentes.

“Esses encontros são importantes para conscientizá-los sobre os impactos do uso e abuso de álcool e outras drogas, pois acabam sendo indutoras de violência e, muitas vezes, estão relacionadas com as práticas infracionais”, disse o secretário da Justiça e Cidadania, Santin Roveda. “Nosso principal objetivo com esse trabalho é que eles tenham acesso a conteúdos que os auxiliem na conquista de autonomia, viabilizando novas formas de interação com o meio social”.

As palestras ocorrerão em todas as 28 unidades de socioeducação do Paraná. A cada mês, uma receberá o evento presencialmente e as demais vão acompanhar de forma remota, por videoconferência. Após os encontros, os adolescentes poderão participar de um bate-papo para esclarecer dúvidas e compartilhar suas reflexões sobre o tema.

“Esse ciclo de palestras vem conversar com a realidade dos adolescentes e trazer a eles reflexões sobre as temáticas que envolvem o seu dia a dia e como eles podem, através de experiências, de relatos, superar as condições de vulnerabilidade em que se encontram”, ressaltou o diretor do Cense Fazenda Rio Grande, Alex Sandro da Silva.

ABERTURA – O primeiro encontro do projeto ocorreu no Cense de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, com transmissão ao vivo para as demais unidades do Cense no Paraná. A palestra “Futuro e Potencialidades” foi conduzida pelo presidente estadual da CUFA Paraná (Central Única das Favelas), José Jardim.

De acordo com o diretor do Cense Fazenda Rio Grande, os adolescentes se interessaram e se engajaram com o tema. “O José Jardim apresentou a eles a realidade de onde ele vem e o trabalho que ele realiza nas favelas. Isso gerou bastante curiosidade, os meninos e meninas fizeram várias perguntas sobre questões como empreendedorismo, como é a atuação dele na favela para ajudar as pessoas que vivem lá, como ele lida com questões de preconceito contra pessoas que foram privadas de liberdade”, destacou Silva.

Para o presidente da CUFA Paraná, essa foi uma oportunidade para entender melhor a realidade dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa. “Eu vim para compartilhar um pouco de experiência, dos meus estudos e vivências, porém senti que o encontro foi além disso, pois foi um momento de troca de saberes, ideias e pensamentos. Saio feliz por ter vivenciado essa troca e poder entender uma realidade que, muitas vezes, é ofuscada na nossa sociedade”, complementou Jardim.

PROGRAMAÇÃO – Mais palestras estão agendadas para os próximos meses. A próxima acontecerá em agosto no Cense de Maringá com o tema “Redução de Danos Sociais e Saúde”, ministrada por Fábio Orsini, do Conselho Regional de Psicologia.

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