Em parceria com a Polícia Penal do Paraná (PPPR), o Conselho da Comunidade de Cascavel realizou na última semana um curso de preparação destinado a pessoas privadas de liberdade.

A iniciativa teve como objetivo capacitar mão de obra especializada na produção de alimentos. O treinamento foi resultado da parceria entre o Conselho da Comunidade de Cascavel, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a PPPR.

O curso foi dividido em quatro módulos, com aulas teóricas e práticas, totalizando 16 horas de qualificação, distribuídas em quatro encontros de quatro horas cada. Doze apenados participaram da capacitação.

A graduada em gastronomia e professora do curso, Rosane Ciszevski Lenz, enfatizou que essa qualificação representa uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. “É gratificante compartilhar o que sei com as pessoas, pois não podemos reter conhecimento. Devemos repassar o que aprendemos, assim como nos foi ensinado”, disse.

O diretor da PIMP-UP, Álvaro Marcelo Alegrette, explicou que os custodiados receberam certificado de conclusão e também foram beneficiados com a redução de pena. “A Lei de Execução Penal prevê o benefício da remição de pena por meio dos estudos, permitindo que a cada 12 horas de estudo, um dia seja descontado do tempo total de condenação da PPL”, esclareceu.

Para um dos participantes do curso, a conclusão representa uma oportunidade de mudança de vida após o cumprimento da pena. “Aprender a fazer massas como macarrão caseiro, pirogue e rondelle foi valioso. Além de adquirir esse conhecimento para aplicar quando retornarmos à sociedade, ainda contamos com o benefício da remição. É uma realização”, concluiu.

PEDAGOGIA DO SISTEMA PRISIONAL- Ainda com a intenção de melhorar a capacitação das pessoas privadas de liberdade, mais de 80 pedagogos e autoridades penitenciárias do Paraná se reuniram no 1º Seminário Estadual do Grupo de Estudos dos Pedagogos do Sistema Penal na última semana. O evento ocorreu no auditório da Secretaria da Segurança Pública, em Curitiba.

O encontro realizado teve o intuito de apresentar a minuta do caderno de orientações e debater práticas pedagógicas para a superação dos limites e carências sofridas pelo encarceramento, com o objetivo de apoiar a elaboração de projetos que contribuam para o retorno social do recluso.

“De nada adianta debatermos a escolarização dentro do sistema se não buscamos o foco da finalização. Observamos que se o aluno conclui os estudos, ele tem mais chances de buscar algo a mais e isso impacta diretamente na mudança de comportamento, de visão para o futuro, de vida”, explica o coordenador pedagógico da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Anderson Muniz Canizella.