Costa Oeste é alvo de operações especiais das polícias Militar e Civil para combater crimes transfronteiriços e a entrada de foragidos da justiça 06/02/2020 - 10:32

Ações de inteligência e aplicação de efetivos das polícias Militar e Civil estão sendo maciços na Costa Oeste do Paraná desde o dia 21 de dezembro. O reforço é por conta da temporada de verão e também para fechar a fronteira contra a entrada de ilícitos, foragidos da justiça e para coibir crimes transfronteiriços. Em 30 dias de ação (até 21 de janeiro de 2020), as corporações apreenderam mais de cinco toneladas de drogas, 204 mil pacotes de cigarros e fizeram 620 prisões, além de apreender 85 armas, recuperar veículos e abordar centenas de pessoas.
 

Os trabalhos reforçados das instituições iniciaram-se no dia 21 de dezembro, acompanhando o início da estação mais quente do ano, para dar melhor atendimento aos moradores locais e turistas. Com a fuga de detentos de uma penitenciária paraguaia na segunda semana de janeiro, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná convocou reuniões com as instituições para criar planos de ação e evitar a entrada desses foragidos pela Costa Oeste.

"Toda a segurança pública estadual foi mobilizada para aplicar o máximo de efetivo, equipamentos, tecnologia e inteligência para estabelecer uma barreira e impedir o acesso de foragidos e combater os crimes nesta região que é muito extensa", disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho Soares. ?Nosso prioridade tem sido proteger o cidadão de bem com o uso de inteligência, estratégia, boas práticas e muito trabalho?, completou.

Por se tratar de uma região próxima a um dos maiores centros comerciais do Paraguai, a Costa Oeste passou a ser palco de ações das Polícias Militar e Civil. Pela primeira, foi desencadeada a Operação Barreira, com todos as unidades operacionais para promover ações ostensivas com abordagens, revistas, batidas policiais e fiscalizações de trânsito.

"O trabalho que nossos batalhões de área e os especializados estão desenvolvendo no local, todos coordenados pelo 5º Comando Regional, estão trazendo excelentes resultados na região, que é uma área importante e sensível do Paraná. Levantamos os pontos suscetíveis e eles foram bastante reforçados por nossas equipes por terra, ar e água", destacou o Subcomandante-Geral da PM, coronel Coronel Antônio Carlos de Morais. "Nosso trabalho tem sido árduo, bem planejado e estratégico na região, e também contamos com uma importante integração com outros órgãos, pois o crime tenta se desviar por todos os lados e, juntos, combatemos", complementou.

Já a Polícia Civil lançou mão do serviço de inteligência e da tecnologia  através da troca de informações com agências de inteligência estaduais, federais e de outros países para identificar e desarticular grupos envolvidos com o crime organizado com uso de aeronave e abordagens.

"Os bons resultados alcançados pela Segurança Pública na região de fronteira se devem basicamente a dois fatores: primeiro, a intensificação das atividades de inteligência naquelas áreas e, segundo, à implementação de protocolo de ações integradas, que, num nível operacional, garantem que os diversos órgãos e forças de segurança federal, estadual e municipal, trabalhem unidos e de forma coordenada contra o crime organizado. A estratégia também é nossa grande aliada", garante o Delegado Geral da Polícia Civil, Dr. Silvio Jacob Rockembach.

RESULTADOS - Com o trabalho intenso das equipes da PM, 85 armas de fogo foram apreendidas e 70 veículos recuperados, além de 607 prisões. Contra o tráfico de drogas, a Polícia Militar retirou de circulação 2,3 toneladas de drogas. Pela Polícia Judiciária, o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE) fez a apreensão de 168,5 mil maços de cigarros contrabandeados (que gerou cerca de 4,3 milhões de prejuízo aos criminosos, e evitou cerca de 388 mil reais de prejuízo aos cofres públicos), de 3,4  toneladas de entorpecentes e de 7 veículos.

Pelas unidades especializadas da PM, entre os dias 18 e 27 de janeiro, foram 16 prisões, 2.085 abordagens, quatro cumprimentos de mandados de prisão em aberto, apreensão de 13 veículos e a retirada de circulação de 291.475 quilos de maconha. Pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil, somente no mês de dezembro, foram retirados de circulação mais de 450 quilos de maconha, crack e cocaína.

No começo do ano passado, um levantamento técnico pela Polícia Civil apontou que, em média, cerca de 200 lanchas saíam diariamente do Paraguai, passavam debaixo da ponte de Guaíra (PR) e entravam no Paraná carregando as mais variadas cargas ilícitas. Pelo estudo da Polícia Civil, passariam pela região 260 mil caixas ao longo dos 26 dias de operação, que representam 130 milhões de maços de cigarros. Supondo que cada maço custe, em média, R$5.00, o prejuízo aos contrabandistas chega a R$ 650 milhões.

Diante disso, as forças de segurança pública aplicarem todo o esforço possível para fechar os acessos contra o crime organizado. Pelo ar, o Grupamento de Operações Aéreas da Polícia Civil do Estado Paraná (GOA) e o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) estão prestando suporte às equipes em terra com patrulhamento aéreo e também fazendo reconhecimento de rotas clandestinas. Nas matas e rios, o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) e o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PM, o Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) e Grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE), ambos da Polícia Civil, reforçaram abordagens, fiscalizações e outras ações ostensivas, incluindo ações nos portos clandestinos.

VERÃO MAIOR - Assim como na Costa Leste, a região Oeste do estado também foi preparada para receber centenas de turistas que fogem da folia das praias e buscam mais tranquilidade nos pontos turísticos, rios e lagos, e as famosas prainhas de água doce. Pela Polícia Militar, foram destacadas equipes para fazer ações preventivas, e guarda-vidas pelo Corpo de Bombeiros nos pontos com maior concentração de veranistas para fazer orientações e salvamentos em caso de afogamentos ou outros tipos de acidentes. ?Reforçamos o policiamento nas áreas de praias de água doce para trazer mais tranquilidade às pessoas?, destaca o Coronel Morais.

Por sua vez, a Polícia Civil está reforçando seus efetivos nas delegacias para agilizar os atendimentos e procedimentos investigativos, permitindo mais celeridade nos trabalhos de Polícia Judiciária, além de aplicar aeronave para ações de fiscalização aérea nestas regiões e viaturas para operações pontuais. ?Nossas investigações foram intensificadas com o intuito de identificar e prender pessoas envolvidas com o crime, pois desta forma, acreditamos, contribuímos para as reduções da criminalidade de forma geral?, destaca o Delegado Geral, Dr. Silvio Jacob Rockembach.

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